Sua Rinoplastia não deu certo? Saiba se há solução.
A rinoplastia é uma das cirurgias plásticas mais realizadas no mundo. É um órgão de anatomia complexa e delicada. Exige, por parte do cirurgião plástico que quer se dedicar a esta área, um treinamento específico e atualização constante.
Estima-se que aproximadamente 15% de todas as cirurgias plásticas de nariz (rinoplastia) apresentam seqüelas graves e outros 15%, resultados insatisfatórios.
Alguns resultados ruins são aparentes logo após a cirurgia plástica e geralmente decorrem de erros técnicos, muitas vezes cometidos por profissionais não capacitados, não treinados na área da rinoplastia, que às vezes nem cirurgiões plásticos são.
Outros problemas somente serão percebidos, meses ou anos após a rinoplastia. Estes, em geral, decorrem de técnicas ultrapassadas e estigmatizantes, muito comuns no passado, nas quais se privilegiava a redução e afinamento no nariz em detrimento do suporte e estruturação que são as bases da rinoplastia moderna.
As alterações mais encontradas são:
- Colapso da cartilagem triangular (lateral superior) tornando visível o rebordo ósseo lateral e superior da abertura piriforme. Esta alteração é conhecida como deformidade em “V” invertido. É causada pela não refixação das cartilagens triangulares ao septo nasal, durante a rinoplastia, deixando-as soltas.
- Pinçamento da ponta nasal. Causada por ressecções exageradas das porções superiores das cartilagens alares (laterais inferiores) do nariz, esta deformidade caracteriza-se por uma ponta muito fina e duas depressões laterais. O aspecto lembra o aspecto de um nariz eternamente apertado por um “pregador de roupas”. Este pinçamento prejudica o processo natural de respiração, por interferir diretamente na válvula nasal interna.
- Retração superior das narinas. A retirada excessiva da porção superior das cartilagens alares (laterais inferiores) durante a plástica de nariz (rinoplastia) resulta em rotação cranial do remanescente, retraindo a asa nasal para cima tornando a narina mais visível na visão de perfil.
- Rotação exagerada da ponta nasal. Quando há um exagero nas manobras de rotação da ponta nasal, as narinas podem ficar exageradamente expostas dando um aspecto de “nariz de tomada” ou “nariz de porco”.
- Supratip – Quando não de faz o suporte adequado da ponta nasal, esta, após o processo de retração cicatricial, perde sustentação e é rodada para baixo, expondo a porção inferior do dorso. Isso vai aparecer como uma elevação logo acima da ponta nasal.
- “Nariz em Sela” – Causado pelo rebaixamento exagerado no dorso osteocartilaginoso. No passado, um nariz de dorso baixo, côncavo e arrebitado era o padrão de beleza. Atualmente se privilegia o dorso reto e leve (2 mm) projeção da ponta nasal.
A maioria dos casos, felizmente, podem ser corrigidos ou atenuados com uma rinoplastia de revisão, realizada por um profissional experiente e qualificado. Nesta nova cirurgia plástica (rinoplastia) o nariz será completamente estruturado através de enxertos de cartilagens provenientes do próprio paciente. Os locais preferenciais de doação são o septo nasal, as orelhas e, em casos mais complexos, a porção cartilaginosa das costelas.
A rinoplastia estruturada permite criar resultados estáveis para toda a vida, com um aspecto natural e com grande melhora funcional.
Alguns casos são mais complexos que outros como afirma o Dr Fabio Neves:
“Muitas vezes recebo pacientes que já realizaram 2 ou até 3 cirurgias de revisão com o mesmo cirurgião inicial, destruindo cada vez mais as estruturas internas e criando alterações estéticas e funcionais muito complexas”.
As técnicas de estruturação da ponta são esclarecidas pelo Dr Fabio Neves:
“O suporte da ponta nasal com enxerto de cartilagem do septo nasal no interior da columela, entre as cruzes mediais, no meu entendimento, deve ser realizado preventivamente em todos os casos. Não podemos subestimar a força da retração cicatricial que ocorre naturalmente após qualquer plástica de nariz”.
“O suporte em tripé (columela e duas alares) é reservado quase sempre para os casos secundários (revisão) onde a ressecção excessiva da porção superior das cartilagens alares causou a perda deste suporte, tão importante para a respiração”.
E como corrigir a deformidade em “V” invertido?
“Os enxertos de cartilagens entre o septo nasal e as cartilagens triangulares (laterais superiores) devem ser usado de forma preventiva nas moderadas e grandes reduções do dorso nasal. Nas cirurgias de revisão em que a deformidade está presente, a sua utilização, associada ou não à osteotomias, pode corrigir ou atenuar o defeito e melhorar sensivelmente a respiração”.
Quando o grau de seqüelas é muito complexo, necessitando, maior quantidade de cartilagem que o septo nasal pode oferecer, o Dr Fabio Neves utiliza a cartilagem costal.
“Faço uma incisão na altura do sulco submamário para esconder a cicatriz. A dissecção deve ser cuidadosa, pois a cartilagem costal está em íntimo contato com a pleura e pulmões. A cartilagem costal fornece bastante material. Utilizamos em casos mais complexos”.
O ideal é que a rinoplastia primaria seja realizada adequadamente, dentro das técnicas mais atuais. Para isso, certifique-se se o cirurgião possui treinamento e experiência específicos.
“Minha formação cirúrgica foi bastante ampla, felizmente. Hoje, com mais de 20 anos dedicados à cirurgia, me sinto confortável em atuar nas estruturas internas do nariz e em retirar cartilagens das costelas, se necessário for”.